As peças que passam naquele espaço surpreendem-me sempre. Tenho ideia que muitas passam despercebidas. E digo que são das melhores que vejo.
Não sabia do que se tratava, apenas sabia que a atriz principal era Maria João Abreu (MJA).
Quando me sentei na sala o pano estava aberto, e via-se o cenário simples e surpreendente, como de costume, eram vários quadrados com espaço no meio que no principio nem se percebe bem com que finalidade. Depois percebe-se que as paredes, e os vários cenários se vão encaixando bem ali naquele conjunto. O cenário é de Catarina Barros.
Um cenário sempre a mudar em que o espectador assiste sem se aborrecer, foi muito bem pensando.
A história desenrola-se a partir do despedimento da personagem de Maria João Abreu, é o ponto de partida para abordar variados temas como o desemprego, a questão das oportunidades, a sorte versus escolhas, a capacidade de vencer as adversidades, a educação como meio de ascender socialmente, pobres versus ricos.
Isto tudo contado com muita graça e humor.
Adorei a peça, achei tudo muito bom.
Fica no ar a pergunta de sermos ou não boas pessoas. Achamos sempre que sim, e falo por mim, tenho-me em grade conta. Será que somos mesmo?
O mais engraçado é como há certos papeis que encaixam super bem nos actores, já tinha visto duas peças com MJA e não fiquei com grande curiosidade na actriz e nesta fiquei encantado. Gostei também de ver Leonor Seixas. Todos os actores estiveram formidáveis, Irene Cruz | Leonor Seixas | Luís Lucas Lopes | Maria João Abreu | Pedro Laginha | Sílvia Filipe.
O preço do bilhete é de 15€
Consultem aqui a ficha técnica e o sinopse da peça.
Fui hoje ver esta peça Casino de Lisboa, Nome Próprio.
Com José Pedro Gomes, Aldo Lima, Ana Brito e Cunha, Francisco Menezes e Joana Brandão.
Achei a coisa quase tão chata como as peças de Peter Pina.
Confesso que há umas partes bastante entrançadas, ainda me ri um bocado. Contudo achei chato do principio ao fim, pensei que ia ser uma comédia daquelas de rir até doer a barriga... Enganei-me.
O José Pedro Gomes é muito bom actor, mas não gostei de o ver ali, se calhar tinha a expectativa em alta. Já Ana Brito e Cunha é sempre espectacular como me tem habituado em todos os espectáculos que entra em cena. O Aldo Lima faz quase um professor de meia idade convincente. E pronto nada mais a acrescentar.
Vão ver, sempre é mais divertido que ver o Preço Certo ou a repetição do Inspector Max.
Com Guida Maria, um monologo sobre sexo, a sexualidade vivida sem tabus, muito divertido, em que a actriz vai contando peripécias sobre a infância, adolescência e relações sexuais em adultos. Às vezes quase que parece que estamos numa aula, mas sempre divertida e a rir.
A meio da peça ouve-se um telemóvel, bastante tempo a tocar, passado uns minutos o mesmo telemóvel, na primeira fila, numa sala não muito grande, em silencio e apenas uma actriz em palco, ainda melhor se ouvia e a dona do telemóvel nada de atender. Até que a actriz em palco interrompeu e disse Vamos esperar que a senhora atenda o telemóvel, depois lá se calou o aparelho. Não sei como é que conseguem serem tão distraídos ou mal educados.
Eu cá para mim a senhora estava a ver se não descobriam que o telemóvel era dela, mas não resultou.
Eu a Cláudia e o Ricardo escolhemos este tema para mais uma vez escrevermos, dia dez às dez horas o #comcanela.
A minha paixão pelo teatro nasceu no dia em que fui ao Maria Matos ver o Alibaba e os 40 Ladrões, era pequeno, cheguei a casa e debitei a história toda ao primeiro que aparecesse.
Mais ao menos na mesma altura começou a dar na RTP 1 a Grande Noite estamos em 1992 e eu tinha 8 anos.
Todas as semanas gravava, via e revia vezes sem conta, e fazia os sketches lá em casa, e quando descia as escadas e ninguém estava a ver, descia-as a cantar a musica do genérico como via no programa.
Depois com o tempo liguei menos ao teatro, gostava na mesma, mas os meus pais não me levavam ao teatro, e só ia em visitas de estudo. Comecei a interessar-me mais por cinema.
Depois morreu Amália Rodrigues e Lá Féria fez o Musical, não o vi ao vivo mas vi algumas vezes em DVD, a partir daí voltou o bichinho e comecei a ir ao Teatro sempre que podia.
A partir do espectáculo A Gaiola das Loucas nunca mais perdi nenhum espectáculo do Lá Feria. Houve uns que repeti até.
Uma noite em casa de Amália vi seis vezes, já sabia algumas partes de cor.
Sou muito critico naquilo que vejo, ás vezes sou chato comigo mesmo, quando fui ver Uma Noite em Casa de Amália passei os primeiros 30 minutos a pensar isto não foi assim, aquilo ali está mal a casa não é assim, a outra faz mal. Só na segunda vez me deliciei de verdade.
Vejo tudo, desde peças no Politeama, ao palco do Casino, ao Teatro Aberto ou Turim ao Teatro Nacional D. Maria II, que normalmente são peças enormes, seja drama, comedia, monólogos, musicais, do mais clássico, ao mais moderno. Não aprecio muito Revista à Portuguesa. E não costumo ir ver teatro amador.
.Judy Garland - O Fim do Arco-Íris Chorei baba e ranho a ver a Vanessa Silva a interpretar Judy Garland, e eu que não gostava da actriz passei a ama-la.
A Bela e o Monstro - Era um espectáculo infantil, mas tão bem feito que senti-me totalmente um miúdo, e passei o espectáculo todo babado de lágrimas e ranhoca.
Quem tem medo de Virginia Woolf - Uma peça longa, se bem me lembro, três horas, é de ficar com o rabo quadrado, mas foi ver um filme no teatro, foi tudo muito bom, menos as cadeiras.
MARY POPPINS, a mulher que salvou o mundo - Uma peça curta, genial que ainda hoje penso nela e que fez rir do principio ao fim, ao mesmo tempo ridícula, certa e irreverente.
Já vi muitos actores uns melhores outros piores, génios da representação, já vi de todos os tipos.
Não posso deixar de escrever que a minha actriz preferida é Ana Guiomar, acho que a vi sempre no Teatro Aberto e surpreende-me sempre, transforma-se e vive a personagem, será daqui a uns anos a maior do teatro se a souberem valorizar.
Não queria dizer a pior que vi, mas vou contar a que gostei menos, porque não me disse nada, não gostei e foi quase tempo perdido, se calhar pela péssima adaptação, ou original também era mau: Tomorrow Morning – Um Novo Dia.
Custou-me imenso ver o Coriolano, apesar de os actores serem bons e a história um dramalhão, parecia que nunca mais acabava.
Tive em salas enormes, pequenas, com cheiro a mofo, ou a naftalina dos casacos das velhas, com salas cheias ou apenas 6 espectadores, já vi actores e actrizes nuas e a cuspirem gafanhotos cada vez que falavam. Já vi mais de 60 pessoas em palcos e outras com apenas um.
Chateia-me imenso: as pessoas falarem durante o espectáculo (como quando estão e casa), mexerem no telemóvel, baterem palmas antes dos actos acabarem, principalmente quando são musicais, é que não se ouve, se baterem palmas, está bem?
O que cativa e amo é sentir ali, mesmo à frente, tudo o que os actores sentem, e viver com eles as suas histórias, e nesse momentos sermos eles e viver ali com eles os seus dramas, angustias e felicidades.
Não há nada que me encha mais a alma que uma ida ao teatro ver um bom espectáculo.
Venho de lá animado, cheio e inchado, mesmo que seja um grande drama, daqueles de chorar baba e ranho, ou daqueles que pensamos que nunca mais acaba, porque depois de estar duas horas sentados já custa ver e ouvir.
É a minha grande paixão.
No ano passado fui mais vezes ao teatro do que ao cinema.
Este ano fui 3 vezes ao teatro, este mês não fui e já tive a ver, até ao final do mês não devo conseguir ir ver nenhuma peça.
Há muita coisa que quero ver e não consigo, preguiça, às vezes falta de tempo, cansaço ou dinheiro.
Mas quando posso vou sempre.
Está me a fazer falta.
Fui a um concerto logo em Janeiro, este mês foi fraquinho, melhores meses virão.
Ao cinema não fui nenhuma e gostava tanto de cinema, mas agora adormeço, então evito ir dormir para o cinema.