A mãe contou-me que o Manuel Luís Goucha foi com o namorado a um programa cozinhar. E isso foi tema de conversa no café com as amigas, o tema central era quem no casal era o homem e quem fazia de mulher.
Eu ensino e falo da minha experiencia: na minha relação não há um que faz de homem e outro de mulher. Há um que é homem e outro que é homem também. Somos apenas um casal de dois homens que se amam. Já não é a primeira vez que ouço esta conversa. Tanto fazem aos gays como a lésbicas.
Hoje de manhã juntei um colega e um estagiário para fazerem uma tarefa em conjunto.
O meu colega é bom camarada, mas estava a ter uma atitude parva para com o outro rapaz. Eu tinha posto o Bruno (o estagiário) a ajuda-lo e ele em vez de aproveitar a ajuda estava a complicar o trabalho do Bruno.
Enquanto o Bruno foi fazer outra tarefa eu disse ao Neves para ter cuidado, que não estava a ajudar o Bruno, tinha de ter cuidado e atenção porque era a primeira vez que o Bruno estava a fazer aquele trabalho. Eu fiz um comentário qualquer depois de perceber que havia ali um atrito e perguntei qual era o problema. Ao que o Neves reponde:
- Foda-se o gajo é paneleiro e está se a fazer a mim e eu não gosto disso (e não estava). - Eu passei-me está claro, ofendeu-me, tocou-me na ferida, ele não sabe que sou gay, mas o preconceito servia para mim também, se ele soubesse se calhar não nos dávamos bem. Eu perguntei se ele atrasado, expliquei que aquilo era preconceito, uma atitude infantil, e devia ter feito uma cara de zangado, fiquei vermelho de fúria, a conversa seguiu-se em modo bruto, também lhe disse que era novo para ter aquele preconceito todo. Claro que o preconceito ou homofobia nada tem a ver com a idade. Ele desculpou-se, disse que estava a brincar e mandou uma piada para o ar. Certo,certo é que enquanto não trocou de ajudante não ficou descansado.
O Bruno é gay, e não deve esconder, nunca lhe perguntei, mas percebe-se à primeira. O Bruno percebeu, quase de certeza, a situação do Neves não querer trabalhar com ele, nada disse e eu também não toquei no assunto. Pensei várias vezes do preconceito, más caras, gozo e etc. que os gays têm que aturar.