Conheci o Sr. Manuel há cerca de dois anos, ele é um senhor de uns 68 anos.
Gostamos muito um do outro, ficamos amigos jantamos pelo menos uma vez por mês, é um homem cheio de vida e cheio de histórias para contar, um contador de histórias que dá gosto ouvir, um homem que apesar da idade é novo, no pensamento e na forma de agir, é um homem deste tempo.
Vejo nele o avô que não tive.
Via-o com regularidade na missa, canta no coro, com a pressa do almoço nunca espero por ele para o cumprimentar. Vejo-o ali e adivinho que está bem.
Quando encontro o filho ou a nora pergunto sempre pelo pai e pela mãe.
No sábado à noite contaram-me que o Sr. Manuel estava internado no hospital com pneumonia e algumas complicações.
Fiquei preocupado. Perguntei ao filho se o pai estava melhor, a resposta foi assim devastadora, disse-me: Infelizmente a situação do meu pai é muito grave, só mesmo um milagre o poderá salvar. Neste momento só nos resta rezar.
E rezo para que tudo corra da melhor maneira.
Tenho pensando tantas vezes que não nos falamos pela pressa das nossas vidas.
É assim, achamos que temos sempre tempo amanhã, e que nunca temos tempo para hoje.
Hoje de manhã Portugal acordou com a noticia que Maria Barroso faleceu.
Tenho muita simpatia pela primeira dama (eu sei que já não era, mas ainda havia pessoas que a viam como tal).
Uma coisa que une os partidos é a morte, e a dor da perda de alguém que foi grande. Seja ela verdadeira ou fingida, até acredito que seja verdadeira...
Todos concordam, da esquerda à direita, que morreu uma grande mulher.
Não sei se sonhei, mas quando acordei o primeiro pensamento que me veio à cabeça foi o que acontece quando morremos.
Será que tudo acaba? Temos uma vida no céu? Ou voltamos à vida para uma segunda oportunidade?
Pensei estou quase nos trinta, já não faltará muito... A seguir lembrei- me que já tenho trinta. Vou ficar velho e enrugado depois morro que sentido faz a vida? Tive a certeza, assim que passou estas premissas todas pela cabeça que terei uma longa vida, (assim espero) e o que tiver de ser, será, logo descubrirei que acontecerá.
Levantei-me, lavei a cara, beijei o meu amor, e decidi aproveitar o dia. Dei graças por mais um dia.
Sacudi os pensamentos para trás das costas...
E lá fui beber café e comer um bolo cheio de creme.
Morreu um dos meus escritores favoritos, aos 39 anos ainda muito novo e com muitos livros por escrever.
Comprei todos os livros e li-os todos, claro. Gostei mais duns que outros. Havia sempre ali uma curiosidade do Vaticano e da igreja que me intrigava e deixava-me a pensar será que é verdade, será que é mentira. Era isso que gostava nos livros dele, a verdade misturada com ficção ou vice versa.
Nos seus livros havia sempre a parte policial e romance, mas o que eu mais gostava era que a maioria das personagens eram ou foram reais, independentemente das historias serem ficcionadas, para alem disto havia sempre a parte histórica, e toda uma conjunto de curiosidades que se ficava a saber, das regras, normas do Vaticano. Ficamos com uma ideia, ás vezes má, de como será a maquina da Igreja de Roma.
Uma vez concorri a um passatempo feito por ele e ganhei um livro autografado, e fiquei todo contente, A Virgem,uma historia do tempo do Estado Novo, nada ligado à temática, Vaticano, que lhe deu fama. Gostei muito deste livro também, pensei que ainda iria ler a continuação desta historia, mas não.
Estava expectante pelo próximo livro, que não sei se ficou acabado ou não, espero que sim.
O Luís tinha muita interacção com os fãs pelo facebook, cheguei a mandar mensagem e respondia de volta.
Quando a Cláudia me ligou a dar a noticia da sua morte, fiquei triste, apesar de saber que estava doente, não pensei que partisse tão depressa.