Bem podia escrever ou contar que ontem foi um dia muito bom. Que trabalhei pouco. Que se tudo correr bem vou ter a melhor segunda-feira no trabalho.
Que ontem acabou mais uma etapa.
Passado uma semana só na quinta reparei que o meu Namorado cortou o cabelo.
Hoje toquei à campainha duma senhora que precisava tratar duns assuntos, por parte do meu patrão e ela estando em casa não me abriu a porta, pensando, se calhar que era uma testemunha de Jeová ou que era do Meo ou da Nós.
Descobri que tenho mais cuidado com a medicação do cão, que com a minha, e que agora tenho medo de tomar as vitimas do cão, se me distrair.
Tinha programado ver o episodio II do Star Wars, mas ainda não vi.
Não tenho lido nada.
Ainda não fui à feira do livro, também não tenho pressa.
Não consegui sexta e hoje até ao almoço entrar em sites porque o meu PC está com vírus.
Até podia escrever sobre isto, mas se calhar não tinha importância fica para uma próxima.
Acordei as 6 da manhã, muito antes do despertador tocas. Sentia-me ansioso, não tenho nada para estar assim.
Devia estar com uma cara de meter medo, que o meu chefe comentou que cara era aquela, tão para baixo, pensei que deviam ser rugas, mas não, aparentava cansaço
Ontem deitei-me cedo, nem saí de casa depois de jantar.
Hoje arrastei-me. Tive ajuda no trabalho, tenho dois estagiários que me fazem a papinha quase toda e ficam felizes. Só tenho de supervisionar se está tudo bem e até agora tem corrido às mil maravilhas.
A empresa está cheia de estagiários, são novos, brincalhões, bem dispostos, até de mais, e como é tudo novidade toda a gente fica feliz e animam a malta.
Hoje passei o dia a avisar o Zé Carlos (estagiário), para não ter certo tipo de brincadeiras, tipo abraçar as colegas e outras mariquices do género, que ficava mal. Ao fim do dia o Zé Carlos, teve o azar de andar a brincar aos abraços e sei lá o que , que não vi, mas quando entrei na minha sala estava o meu patrão em brasa, de óculos na mão, a dar-lhe um sermão pior do que o do Padre Vieira ao peixinhos. A sorte foi o Zé Carlos não abrir a boca, se não ainda lá estávamos. Ainda vou ouvir sermão por causa do Zé.
Já baptizei três deles Floribela, Zé Carlos e Zé Alberto, não devia dar muita confiança, porém são só 6 semanas quero que se lixe.
Quando cheguei a casa a Diana não comeu, não comia há dias e bebe pouca água, fui comprar um paté e nada. Vá de minha mãe me chatear a cabeça para levar o bicho ao médico.
Lá fui e foi uma pipa de massa outra vez, consulta, análises. Emagreceu um kilo em 20 dias, anda enjoada, mais enjoado fiquei eu depois da dolorosa conta. Ainda bem que não é nada de grave, espero ainda que a medicação seja barata, mas já me estou a mentalizar que não. No principio deste mês já lá tinha ido por outros motivos.
Sou tão coisinho com o dinheiro que cada vez que o Veterinário dizia ah isto não é, e a cada pergunta que fazia eu respondia negativamente, fazia um YES mental, não tem nada ainda bem, a minha mãe estava errada.
Mas afinal mami estava certa, e pronto tenho de tratar da Diana.
E pronto até agora foi assim o meu dia, não parei até agora. Beijos que agora vou beber um copo que apesar de me apetecer ficar em casa não me posso render .
Aos domingos é dia de passeio, mas este ultimo falhou o passeio.
Fiquei em casa. Almocei, bebi café, comprei o jornal, nem sei muito bem porque, não me apetecia ler, li apenas as gordas. Comprei duas raspadinhas e não me saiu nada.
A casa estava vazia, apenas eu e a Diana. E aproveitei o dia para curtir o silencio e descansar o corpo.
Também fiquei mais caseiro porque Sábado à noite bebi vinho e brindamos com Champanhe, e sou super guloso por Champanhe.
Levantei-me ao segundo toque do despertador, deixei o telémovel cair, depois de bater no chão, ainda lhe mandei um bico, sem querer, não se partiu.
Acordei de birra.
Tratei do cão.
Tomei o pequeno almoço.
Saí em cima da hora, cheguei ao trabalho mesmo à hora. Depois das boas vindas e das perguntas do como foram as férias, lá me fui metendo a par da situação. Trabalho em atraso, não muito, mas comecei logo a bufar, sem necessidade, mas sou assim.
Ás tantas embrulhei o trabalho todo, parece que tudo estava a atrapalhar, quase nada funcionou muito bem, depois das quatro desisti e fiz ronhite.
Saí a horas e com um mega sorriso, porque normalmente o stress do trabalho acaba quando saio da porta para fora, e quando me meto no carro e saio ao portão da empresa, é uma alegria tipo euromilionário.
Ainda passei com a Diana (o meu cão), quase que andou de rojo, porque trazer-a à rua é uma luta constante que vou vencer.
E agora estou a relaxar e a fazer tempo para ir beber café e espairecer.
Levei festinhas da patroa por ser um querido. Se os colegas ouvissem, diriam gracita, mas não sou apenas querido, e há dias que sou gracita, é para compensar os dias que não a posso ver.
À tarde fui ter uma aula de treino básico com o cão. Mandei mensagem ao Alex a dizer: Vou ter aulas com a Diana (o nome do meu cão). Perguntou-me se era boa, ainda pensei que estava a gozar comigo, é preta e tem 4 patas, respondi, recebi como resposta um grande ohhhhhh, ele é distraído.
Cheguei a casa e tenho cá malta um a pintar as portas outro a instalar coisas na casa de banho e pronto, nunca mais me vejo livre destes tipos. Tenho um cheiro a tinta em casa que estou quase a alucinar e a ter visões.
Para começar a minha mãe é a mulher que mais amo. Foi ela que me deu os primeiros mimos, me educou, que ralhou, que me deu palmadas, beijos e beijos e riu para mim, cantou para mim, brincou comigo, tratou sempre de mim, e ainda trata, às vezes duma maneira chata, como se ainda fosse pequeno. O amor que tenho por ela é o mais verdadeiro e aquele que será de certeza para SEMPRE. Apesar de às vezes nos zangarmos e muitas vezes lhe dar desgostos sei que somos apenas um.
A seguir a minha avó Vitorina é sem duvida a mulher que mais admiro, uma avó como deviam ser todas, carinhosa, meiga, atenciosa, dedicada, lutadora, a patriarca da família, apesar de não a conseguir unir, mas vai tentando, contadora de histórias. Ensinou me a lição mais valiosa aceitar todas as coisas que a vida nos dá, sejam elas muito boas ou muito más, porque a vida é assim cheia de coisas boas e más e nada serve reclamar ou revoltarmos, há apenas lutar quando é preciso.
A minha irmã. É uma boa irmã melhor do que sou para ela, sempre disposta a ajudar e está sempre presente quando é preciso, uma boa mãe, uma excelente filha .
A avó Chica era uma mulher conservadora, decidida, um amor de pessoa, uma excelente ouvinte, uma óptima cozinheira, esta avó era diferente em mostrar o amor, desafiava várias vezes, derretia se com beijinhos e soltava gargalhadas altas com brincadeiras, não me lembro de uma iniciativa da minha avó em relação a carícias, mas eu contornava e dava lhe mimos sem vergonha e recebia em troca. Tenho imensa saudades dela e muitos dias recordo-a com carinho, adorava passar férias com ela, eram semanas só nossas.
A Carlota, minha sobrinha, ainda pequena mas já com um feitio vincado, enche me de alegria e amor vê-la crescer.
Quatro gerações de mulheres, todas com as suas lutas e as suas conquistas, as suas derrotas, que as fizeram e fazem ser pessoas diferentes de vivencias diferentes, mas todas mulheres.
A mais nova está a aprender e terá a sua luta pela frente como tiveram ou têm as mais velhas, que o futuro lhe seja risonho e que ser mulher seja sempre para todas um orgulho, um género, mas nunca um problema ou entrave.
Muitas mais há na minha vida mas estas 5 são as rainhas da minha vida.
Levantar, comer, xixi, trabalho, almoçar, fumar cigarros ah e cafés, muitos cafés, saída do trabalho, no meio tempo mexidas no telémovel, e mais cigarros. Sair do trabalho, casa, passear o cão (só ás vezes, para não se habituar), descansar um bocado, cuscar a vida dos outros no Facebook, ver uma série, já não vivo sem elas. Jantar, um bocadinho de conversa para apimentar a janta, café mais cigarros, depois séries ou ler (pouco) que dá-me o sono. E dormir. Ou então ir ao café com o meu amor ou com amigos. Depois sim, Dormir. E no dia a seguir tudo de novo. Como uma maquina automática, pode ser uma maquina de café. Abre-se tampa, mete-se a cápsula, fecha se a tampa, carrega se no botão, apara-se com uma chávena, para-se a maquina, bebe-se o café e esta-se pronto para outro; abre-se a tampa....