Tda a gente na praia
É só fotos de malta na praia ou na piscina, no feed do Facebook e eu fiquei quase toda a tarde a ver filmes deitado na cama.
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É só fotos de malta na praia ou na piscina, no feed do Facebook e eu fiquei quase toda a tarde a ver filmes deitado na cama.
Hoje não consegui acompanhar o ritmo do trabalho.
Enquanto ontem estava calmo, apesar de ter muito trabalho, fui fazendo tudo nas calmas e lá consegui fazer tudo a tempo e horas.
No entanto hoje não consegui aguentar o stresse e refilava com tudo, enchia o peito parecia que ia rebentar e queria rebentar. Aproveitei para deitar tudo cá para fora, o meu chefe só dizia " tem calma, respira, vá tem calma", nem sei como é que ele tem paciência para me aturar.
E pronto no final do dia tinha tudo feito. Se me perguntarem porque eu sou assim, nem sei dizer.
Mas há dias assim em que refilo com tudo.
Gosto de orientar trabalho.
Porque se orientar os outros o meu trabalho fica quase perfeito.
Não gosto de ver pessoas paradas, ronha é uma coisa, abusar é outra, ou melhor não saber fingir que se está ocupado é péssimo.
Disse à Tontinha da Cabeça para fazer uma tarefa, a qual, sei que não gosta, mas temos pena.
A Tontinha disse ah não dá porque... muitos problemas, eeeeeeee só problemas. Mandei ir resolver com o chefe.
Foi ter com o chefe, o chefe não lhe ligou nenhuma, insisti que fosse resolver o problema.
Disse-me toda Dra. Olha eu só digo uma vez - a dizer isto e abanar-se toda, estilo regateira - Já disse, ele agora que resolva, vou arrumar aquilo e pronto.
Passei-me, e como se fosse um paizinho já passado da cabeça disse: AI É ASSIM? NÃO QUERES SABER, NÃO É? OLHA EU TAMBÉM NÃO. Faz o que quiseres, se quiseres fazer faz. Se não quiseres não faça. Estou-me nas tintas. Na verdade disse, estou-me a cagar.
E virei-lhe as costas.
Mais tarde lá estava ela toda empenhada a fazer o trabalhinho que não gosta.
Agora tenho de lhe pedir desculpa, mas a malta às vezes tira-me do sério.
As pessoas que o meu chefe não gosta de lidar manda para mim.
Trato sempre das coisas ou pessoas mais chatas
Conheci o Sr. Manuel há cerca de dois anos, ele é um senhor de uns 68 anos.
Gostamos muito um do outro, ficamos amigos jantamos pelo menos uma vez por mês, é um homem cheio de vida e cheio de histórias para contar, um contador de histórias que dá gosto ouvir, um homem que apesar da idade é novo, no pensamento e na forma de agir, é um homem deste tempo.
Vejo nele o avô que não tive.
Via-o com regularidade na missa, canta no coro, com a pressa do almoço nunca espero por ele para o cumprimentar. Vejo-o ali e adivinho que está bem.
Quando encontro o filho ou a nora pergunto sempre pelo pai e pela mãe.
No sábado à noite contaram-me que o Sr. Manuel estava internado no hospital com pneumonia e algumas complicações.
Fiquei preocupado. Perguntei ao filho se o pai estava melhor, a resposta foi assim devastadora, disse-me: Infelizmente a situação do meu pai é muito grave, só mesmo um milagre o poderá salvar. Neste momento só nos resta rezar.
E rezo para que tudo corra da melhor maneira.
Tenho pensando tantas vezes que não nos falamos pela pressa das nossas vidas.
É assim, achamos que temos sempre tempo amanhã, e que nunca temos tempo para hoje.
Quando estudava na Ajuda e andava em transportes públicos, tinha como passatempo observar as pessoas com que me cruzava.
Tentava adivinhar-lhes as profissões e os hobbies. Inventava-lhe histórias e filhos e passatempos.
Havia aquelas pessoas que apanhavam sempre o 23 à mesma hora. Eram um género de vizinhos dos transportes públicos. Já sabia quem saia na paragem das Amoreiras ou quem entrava.
Os pedintes do Metro com as suas ladainhas ou os artistas de ruas.
Não tenho saudades de andar de transportes públicos, mas tenho saudades daquele tempo e daquelas pessoas que não conhecia.
Agora que mudei de casa e começo a conhecer os vizinhos do bairro, de vista, faço o mesmo, observo os seus hábitos adivinho-lhes os trabalhos, os dramas. Faço-lhes historias, que aparecem na minha cabeça como filmes.
Que eu não tenho nada para escrever.
O meu dia foi chato.
Já vivi pelo menos 11 400 dias.
São muitos dias
Estávamos à conversa, em negocio.
Uma senhora cinquentona com uma menina de vinte e outro cliente.
A menina ficou sempre calada e à parte, enquanto a senhora mais velha falava para o senhora a seu lado, eu meti conversa com a miúda.
- Então és colega? - disse eu
- Não! - Adoro pessoas faladoras que respondem sim e não.
- Ahhhhhh estás a aprender, estagiaria?
- Não. - comunicativa, pensei, irra, mais uma e desisto de por conversa.
- Ah veio com a sua mãe...
- Não é minha mãe. - Baixou os olhos, corou e sorriu.
Eu ri-me. Só depois de cinco segundos é que percebi que eram namoradas, que tonto, nem reparei, claro. E pronto achei-me o gay menos atento da zona.
Enfim ninguém adivinha, calei-me continuei nos negócios.
Acordei de birra.
Fui para o trabalho, tive a manhã toda com a arma carregada de mau humor pronta a disparar.
Não a usei (muito).
A tarde passou-me mais.
E quando saí passou-me.
Há coisas fantásticas não há?