Dá me a mão e guia-me. Eu darei os passos que tu deres.
Mesmo que não sejam nas mesmas marcas, prometo seguir.
Tu andas a direito, eu às vezes, em desalinho, mas sempre para chegar a ti.
Normalmente caminhamos lado a lado, muitas vezes passos certos, acertados. Outras cada um dá um passo difrente, um para a esquerda outro para a direita.
É no centro que nos encontramos e seguimos.
Tem dias que um quer uma coisa outro outra.
Zangados, por momentos, acertamos o passo e seguimos.
Posso não ser perfeito, porem sabes que sou o certo, mesmo que nem sempre esteja certo, mesmo quando me dás dores de cabeça és o certo para mim.
Nos dias em que sou eu que te dou tais dores continuo a ser o certo.
Somos um, e sabes que quando queremos somos um.
Nem sempre metemos o barco ao mar e desenhamos a mesma rota. Um veleiro precisa dos dois um na vela outro no leme. Eu sou o que comanda a vela, tu és o do leme. Se formos uma boa equipa conseguiremos levar o barco a bom porto
E eu sei velejar para onde quer que seja, sopre o vento de onde calhar. Mesmo que venha de popa... será mais tranquilo e mais rápido, sei também velejar à bolina, quando o vento vem de frente e temos de fazer bordos, ou mais simples ziguezaguear o barco para apanharmos vento que nos faça mover, para continuarmos caminho e não sermos levados pela corrente.
Eu sei velejar, só precisas de me dizeres onde queres ir. Eu saberei o caminho. Eu sei onde quero ir, só preciso que digas onde ir e vamos.
De vez em quando desentendemos-nos, é verdade, mas depois fazemos as pazes e o mar acalma.
Eu não ligo muito às suas birras, fazem parte do nosso namoro. Eu às vezes tento fazer birras, porém ele não liga e desfaz a minha birra numa birra própria.
Tirando estas brigas de rapazes pequenos, estamos, muitas vezes em sintonia.
Adoro os passeios de Domingo, em que não dispensamos nunca a companhia do outro, a não ser por força muito maior.
Quando começamos a namorar eu odiava sair ao Domingo, era o meu dia de ficar em casa, agora não suporto a ideia de ficar em casa ao Domingo.
Variamos nas idas, e nas tarde, nos lanches e cafés, apesar de repetirmos os mesmos locais muitas vezes.
Aprendi com ele a ler nas esplanadas e nos jardins, um ao lado do outro, com pequenas interrupções e comentários.
Andamos imenso a pé nos nossos passeios.
Incentivo sempre o HT a visitar o que gosto e me dá prazer mesmo que nem sempre o faça com êxito.
Dou-lhe muitas vezes secas enormes em palácios, museus e afins, que ele adora e de vez em quando faz aquele ar blasé, de quem comeu e não gostou.
Somos assim uns dias perfeitos cheios de sol e outros de frio e nevoeiro, com ou sem chuva.
Ainda não namorávamos mas combinamos um fim-de-semana, não sei porque escolhemos Aveiro, já estava de beicinho, e fiquei ainda mais apaixonado.
Fizemos a viagem alegremente, tudo programado, reservas feitas, pesquisei uma ou duas coisas para vermos.
No caminho o GPS ficou sem bateria, andamos às voltas, meio perdidos, depois de algumas perguntas lá demos com a pousada.
Ainda não te conhecia bem ou quase nada, ainda não nos conhecíamos, (quase de certeza), há um mês. Ali deu para ver como éramos.
Não sei porquê, do nada lembrei-me, hoje de termos ido a um bar chamado El Greco, que tinha uma decoração horrorosa cheia de reproduções de estatuas da Grécia antiga. Sei que roupa usavas naquela noite, fiz te imensas perguntas que previam adivinhar te.
Saímos à noite, jantamos e almoçamos bem, porque o menino não se contentava com pouco. Visitamos museus e ainda te cansei com uma breve introdução à historia de Portugal, que ainda hoje continuamos.
Passeamos muito a pé, e ganhei o habito de gostar de passear sempre que possível e nunca desperdiçar o tempo que passamos juntos.
Conheci a pessoa simples, meiga e carinhoso que ainda hoje te reconheço, naquele fim-de-semana comecei te a amar e a pensar que te quereria sempre na minha vida.