O Rapaz de Bronze e sonhos parvos
Há dias li um capitulo do livro O Rapaz de Bronze, de Sophia de Mello Breyner, ao meu sobrinho, ele disse ter gostado, mas tinha sono, só li o primeiro. Entretanto fiquei a pensar que não me lembrava da historia, mas ficou por ali.
Quando escolhi os livros para ler nestas mini férias, trouxe-o. E li-o ontem antes de ir dormir, enquanto MR. HT lia um livro para adultos eu lia um para crianças, ele olhou para mim com cara de és atrasado, e continuei a rir, como se tivesse dez anos e a imaginar flores que falam, estatuas que se mexem, árvores que têm vida, borboletas que dão recados, e meninas que ficam em jarras, quando as flores dão festas, se não conhecem a historia leiam que é gira.
O mais triste disto tudo é que comecei a desejar ter um jardim cheio de flores, e pior a imaginar se na realidade as flores ganham vida à noite. Tenho uma imaginação muito fértil.
Antes de adormecer ainda contei o que tinha lido ao MR. HT.
Enquanto dormia comecei a sonhar, estava não sei muito bem onde, mas estava num hotel com os amigos, e íamos a uma missa, casamento ou algo parecido, tanto no hotel como na igreja sempre que passava por uma jarra ou um vaso com flores, elas seguiam-me virando-se à minha passagem e piscavam-me o olho, como não sei piscar os olhos, elas ficavam tristes e iam murchando. Eu estava aflito, tapava um olho com a mão e piscava o outro, e elas não percebiam, dizia adeus para ver se elas percebiam, mas nada, iam murchando, e eu aflito, não queria contar aos meus amigos que via as flores piscarem os olhos e se não piscasse morriam.
Depois? Depois... como nos sonhos, acabou a cerimónia e estava preocupado com outra coisa, tinha ido à boleia, queria ir embora e ninguém ia para o mesmo lado que eu. E lá acordei devagar e sem pressas, que estou de férias.
Tenho com cada sonho mais parvo!