A pressa do dia a dia, temos sempre tempo amanhã e muito pouca para hoje
Conheci o Sr. Manuel há cerca de dois anos, ele é um senhor de uns 68 anos.
Gostamos muito um do outro, ficamos amigos jantamos pelo menos uma vez por mês, é um homem cheio de vida e cheio de histórias para contar, um contador de histórias que dá gosto ouvir, um homem que apesar da idade é novo, no pensamento e na forma de agir, é um homem deste tempo.
Vejo nele o avô que não tive.
Via-o com regularidade na missa, canta no coro, com a pressa do almoço nunca espero por ele para o cumprimentar. Vejo-o ali e adivinho que está bem.
Quando encontro o filho ou a nora pergunto sempre pelo pai e pela mãe.
No sábado à noite contaram-me que o Sr. Manuel estava internado no hospital com pneumonia e algumas complicações.
Fiquei preocupado. Perguntei ao filho se o pai estava melhor, a resposta foi assim devastadora, disse-me: Infelizmente a situação do meu pai é muito grave, só mesmo um milagre o poderá salvar. Neste momento só nos resta rezar.
E rezo para que tudo corra da melhor maneira.
Tenho pensando tantas vezes que não nos falamos pela pressa das nossas vidas.
É assim, achamos que temos sempre tempo amanhã, e que nunca temos tempo para hoje.